Diversidade, equidade e inclusão: o Tico que não bate com o Teco
Os conceitos de diversidade, equidade e inclusão (DEI) se tornaram uma obsessão dos bilionários do Ocidente e das megacorporações imperialistas - como os fundos de investimento BlackRock e Vanguard - , cujos trilhões de dólares em capitais rentistas financiam fundações, intelectuais, comunicadores, artistas, organizações não-governamentais e partidos políticos de esquerda e de extrema-esquerda no mundo inteiro.
A agenda DEI tem avançado sob o patrocínio dessas imensas fortunas globalistas/imperialistas há décadas, alcançando resultados práticos tanto no mundo dos negócios quanto na esfera político-partidária, notadamente:
Ao controlar os fluxos de capitais (empréstimos e financiamentos), o grande capital mundial passou a forçar seu acesso somente a bancos ou empresas menores que se dobrem a uma agenda imposta de cima para baixo. Esse mecanismo de controle - testado e operacionalizado pela agenda DEI - facilitado por regulamentações e leis aprovadas pela esquerda e a extrema-esquerda cooptadas, abre caminho para a implementação de outros critérios forçados de dominação, passíveis de travar a competição e a mobilidade social existentes num mercado aberto, assegurando o cenário de hegemonia econômico-financeira atual.
O financiamento dos capitalistas hegemônicos aos movimentos e agremiações políticas do Ocidente garantiu, mediante a cooptação da esquerda e da extrema-esquerda à sua agenda de transformação social controlada (grandes bancos e fundos de investimento transnacionais), o afastamento do esquerdismo das suas raízes trabalhistas, deslocando-o ao atendimento de pautas identitárias e racialistas inseridas na ideologia social liberal afeta aos interesses mais caros da classe dominante, demonizando, por tabela, a identidade cultural da classe média e dos extratos sociais menos favorecidos.
Essa conjuntura, contudo, não é o objeto da nossa análise, mas sim, entender como uma agenda contraditória pode estar se tornando dominante na sociedade, na política e na economia por inúmeros países, sem a mínima confrontação teórica básica das suas óbvias, gritantes e desconexas inconsistências intelectuais.
O maior mérito da agenda DEI, enquanto instrumento de engenharia político-social, está em sobreviver e se perpetuar, no âmbito do discurso público, a despeito das suas falhas conceituais, especialmente quando contrastada a um escrutínio minimamente coerente, sob o ponto de vista racional, discursivo e cognitivo.
Afinal, como é possível o avanço de uma agenda sustentada de forma precária e anti-intelectual por três conceitos auto excludentes?
Uma análise elementar explicita, claramente, a incompatibilidade das noções - na verdade, a oposição entre si - de diversidade, equidade e inclusão.
Ora, a pressuposição à existência da diversidade é, precisamente, a inexistência da equidade.
Se a equidade propõe a consecução de resultados igualitários garantidos em relação aos esforços e capacitardes humanas naturalmente distintas, equalizando-os por raça, gênero ou qualquer outro critério ideológico, por óbvio o faz em detrimento daquela palavra tão demonizada pelo progressismo vigente: a meritocracia.
Contudo, o conceito de mérito é inerente ao ser humano; caso contrário, não existiram olimpíadas, líderes ou gênios. Mozart e Anitta seriam a mesma coisa; a qualidade das suas músicas ressoariam ao redor do planeta percebidas sob a mesma régua, uma vez niveladas pela panaceia da equidade.
A equidade, como celebração máxima da mediocridade de resultados, é, em tudo, o oposto teórico à diversidade, a qual existe somente num ambiente passível de o indivíduo produzir e perceber distinções, especialmente distinções qualitativas nos resultados do seu trabalho.
Se algo é igualitário, por conseguinte, não é diverso. Logo, a equidade é o veneno da diversidade.
Da mesma forma, se o trabalho humano é passível de acolher a inclusão de qualquer indivíduo ou grupo, sob qualquer critério que não seja o do mérito, por óbvio, a diversidade sucumbe sob o peso sufocante do igualitarismo, revelando-se, então, contraproducente.
Ora, se todos ganham medalhas de ouro ao final de uma corrida e se o direito a inclusão permite a participação inclusive daquele desprovido das mínimas condições físicas, por que alguém desperdiçaria uma só gota de suor para alcançar o primeiro lugar, se isto vale o mesmo que a última posição?
Se há medalhas iguais a todos, não há mérito (ou recompensa) a ninguém.
Nesse caso, a lei do menor esforço se impõe a qualquer indivíduo ou grupo dotado do menor resquício de inteligência ou bom senso.
Por fim, se a diversidade é imposta, novamente, por critérios distintos de mérito e o lucro para uma empresa é definido menos pela qualidade do seu produto e do seu valor percebido pelo consumidor, em detrimento de regras aleatórias impostas pelo grande capital financeiro, as empresas passam a trabalhar com um teto operacional e qualitativo, imposto de dentro para fora, aos seus planos de negócio, limitando sua inovação e produtividade, logo as condenando a um crescimento monitorado e subserviente.
Impossível grassar melhor mecanismo de perpetuação no poder em prol das fortunas hegemônicas, atualmente aliadas às forças e movimentos de esquerda e de extrema-esquerda, cooptadas pela mesma elite que, no passado, juravam combater.
Assim, fica evidente que os conceitos de diversidade, equidade e inclusão anulam uns aos outros, sob a razão mais pueril.
Por lógico, é uma equação que não fecha: Tico, definitivamente, não bate com Teco.